Capítulo I: Pré modernismo

Para entendermos o movimento Modernista no Brasil temos que relembrar um conteúdo básico do cenário artístico e social do país.

Nosso ponto de partida será o ano de 1808 onde um fato foi muito significativo para entender melhor o modernismo brasileiro: a vinda da corte portuguesa ao Brasil. Todos sabemos que a corte veio ao Brasil "fugida" do conquistador Napoleão Bonaparte porém é importante ressaltar que aportaram no Rio de Janeiro com uma "equipe" de aproximadamente quinze mil pessoas.

O Brasil estava vivendo a época de colônia que servia à sua metrópole. Com a vinda da Corte, muitas coisas começaram a mudar com o incentivo da corte perante questões de  estrutura e também a Arte, que na época, era essencialmente Barroca.
Arquitetura foi a principal forma que ainda temos muitos exemplos: Extração de metais preciosos criou a rota do ouro, entre Minas e São Paulo, favorecendo construções religiosas - Igrejas importantes que são Patrimônios Histórico e Cultural do Brasil.

Com a vinda da Família Real algumas formas musicais também começaram a ser mais evidentes como o Fado, Moda, Valsa, Schottisch,  e instrumentos como o Piano também começaram a aparecer.

Em 1816, outro importante fato foi a vinda dos Teatros de Revista Franceses. Esses grupos de artistas, vinham para o Brasil para divulgar as tendências da Europa ou, como alguns autores falam, eles também vieram fugidos de Napoleão.

Após 1817, com a vinda da Corte, Família Real e Artistas franceses, o Brasil vive um momento em que a Arte europeia é enaltecida, artistas do barroco brasileiros foram perdendo força e o Brasil vive um momento de intenso consumo da arte da escola europeia, inclusive com início da primeira escola de Arte do império. (Música, Teatro, Literatura, Pintura, etc).

Importante ressaltar que a partir de 1890, na Europa, alguns movimentos artísticos que iriam revolucionar o fazer artístico começam a brotar e de maneira também orgânica, chegar ao Brasil.

Esses movimentos prometiam "botar o dedo na ferida", "expor a realidade", "ir contra tudo e contra todos"....  São os famosos Movimentos de Vanguarda. Palavra essa que expressa o que vem antes, na frente, por primeiro.

Mas expor o quê? qual realidade?

A atual, a nossa. No começo do Século XX, o mundo já não era mais o mesmo. Logo após a abolição da escravatura, através da Lei Áurea em 1888, o sistema de trabalho assalariado precisava evoluir para que o país aumentassem a riqueza interna produzida e a relação com a escravidão, agora ilegal, ainda existiu por muitos anos desta forma. Inúmeras invenções tecnológicas apareceram e o mundo parecia que não tinha a capacidade de dialogar com essas novas interfaces da vida.

 A Fotografia, que na segunda metade do século XIX evoluiu, começa a dar uma direção diferente aos pintores - não existe mais a necessidade de pintar a realidade. Agora, uma máquina faz isso - a câmera fotográfica.

A lâmpada elétrica foi inventada em 1879, o cinema surge em 1895, muitas invenções vem à tona e, como já dito, no Brasil em 1888, Princesa Isabel assina a Lei Áurea e a liberdade estava em seu início.
Imaginem se relacionar com todos esses novos aparatos tecnológicos, mudanças sociais e artísticas?
Para saber de mais invenções importantes desta época clique aqui.

Bem vindos ao século XX. Bem vindos a Modernidade.

A curva de acontecimentos tecnológicos ainda é assustadoramente rápida. Se pensarmos que lá em 2000, não existiam aparelhos com tecnologia "touch" ou que a Internet começa a realmente existir no começo da década de 1980 notamos que o mundo voa em questões de mudanças tecnológicas que, como consequência, muda também a maneira de se relacionar com o outro, e consigo mesmo.

Isso é o Modernismo. A maneira com que o Ser Humano se relaciona com o outro, consigo mesmo e de que forma utiliza esses novos aparatos, práticas e descobertas que sugerem o novo, o moderno.

E é neste contexto que os artistas brasileiros se encontram: muitas pessoas e até mesmo artistas consomem e replicam o modelo europeu, existiam um grupo de artistas que sentiam que não havia mais razão de replicar aquelas técnicas práticas e ideológicas artísticas para este novo Brasil.
Brasil, que não tinha essencialmente uma Arte consistente própria. Os artistas queriam estabelecer uma nova ideia sobre o fazer artístico no país de forma a não se limitar e justamente ir contra as regras antes estabelecidas pelo romantismo europeu imposto pela chegada da corte portuguesa, família real e artistas franceses.

Essa vontade de querer ROMPER com as formas de Arte na época, alguns artistas mais abastados das Linguagens de Artes Visuais 2d e 3d (ou Plásticas), Literatura e Música foram para Europa e voltaram com algumas novas ideias. Essas ideias que, principalmente nas Linguagens Visuais, Plásticas e Literatura, foram influenciadas pelas novas correntes culturais denominadas MOVIMENTOS ARTÍSTICOS DE VANGUARDA.

fonte http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/literatura/vanguardas-europeias.htm

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